Nas últimas duas semanas, a COVID-19 evoluiu de uma epidemia numa província chinesa para uma pandemia, assolando toda a economia global. A população é convocada a se trancar em suas casas, e isso tem impactos seríssimos em todos os setores, em especial, varejo, alimentação e turismo.

Os mercados tentam não fingir desespero, mas a situação é instável. O dólar é volátil. A bolsa esboça reações, mas segue despencando. E agora, como as marcas vão navegar por esse cenário?

As verdades de marca estão sendo postas à prova como nunca

Se uma marca acreditava em impacto social, agora está numa encruzilhada entre minimizar seus danos ou minimizar o dano social – evitar dispensas, preservar remunerações e criar alternativas de teletrabalho.

Qualquer que seja o DNA de um negócio, é nas horas difíceis que ele realmente aparece. Cultura de marca é aquilo que você não abre mão, independentemente, se está no lucro ou no prejuízo. No entanto, quando a existência da marca está sob risco, até onde ela é capaz de preservar seus valores?

Traçando um paralelo, o Wall Street Journal publicou um artigo opinativo, analisando a validade da quarentena. Os editores questionam se os impactos econômicos dessa medida não seriam maiores para a humanidade do que o impacto de alguns milhões de mortos. Isso nos devolve à questão fundamental: qual preço estamos dispostos a pagar pelo nosso “desenvolvimento econômico” como seres humanos? As aspas não estão colocadas por acaso…

Não pare de falar, mas faça mais

No mundo hiperconectado, marcas são moldadas por seus atos. Todos os telhados são de vidro. Quem aumenta o preço do álcool gel recebe uma enxurrada de protestos. Quem não o oferece aos clientes, também. Até quem resolve fabricar álcool gel, temporariamente, só para ajudar, precisa ter cuidado em como o faz, para não soar oportunista.

O jargão de “menos palavras e mais ação” não funciona para as marcas de hoje. É necessário agir, mas também comunicar, corretamente, tudo o que está sendo feito, com honestidade e transparência, que são as moedas universais da construção de respeito. Nesse momento, as crenças precisam se transformar em ações.

A pergunta de ouro que todos querem saber é: O que efetivamente está sendo feito pela sua marca? É melhor que você tenha uma resposta. E que ela já esteja on-line a essa altura do campeonato.

Legitimidade e lugar de fala

Não costuma fazer parte da voz de marcas de vestuário falar sobre saúde, por exemplo. Mas estamos em tempos excepcionais. Por incrível que pareça, ainda está cheio de gente que não acredita em coronavírus e, se não fossem pelas leis, estaria levando a vida normalmente.

É necessário que as marcas não fiquem caladas, não finjam também que nada está acontecendo. Toda informação de qualidade deve ser compartilhada, respeitando-se, claro, o estilo de comunicação da marca e a relação com seus públicos. Ficar calado não deixa de ser uma atitude – talvez uma das piores.

Resumindo: quarentena não é hora de ficar parado

Tome medidas contra a COVID-19. Comunique as suas medidas usando todos os canais que a sua marca tem à disposição. Crie mais medidas se necessário. Apenas não fique parado.

Precisamos estar à frente da curva de contaminação, e não correndo atrás dela. Porque correr atrás significa que estamos perdendo mais do que tempo e dinheiro. Perdendo vidas. A coisa é séria. Vamos trabalhar.

DIGIA_ Você seguiria sua marca nas redes sociais?