A revolução das plataformas de streaming aconteceu mais rápido do que imaginávamos. Em pouco tempo, empresas como a Netflix e o Spotify conquistaram um espaço único no mercado mundial e brasileiro, revolucionando a forma pela qual consumimos entretenimento.

O sucesso da Netflix, que inaugurou esse mercado em 2007 (a empresa existe desde os anos 90), inspirou outras grandes empresas, como a Disney e a Warner Bros., que entraram com tudo no páreo em 2020, criando plataformas de streaming próprias, o Disney+ e o HBO Max, respectivamente.

Estudar esta nova tendência de consumo é essencial para quem produz conteúdo digital e para quem quer entender melhor os hábitos e desejos dos próprios consumidores. Por isso, neste artigo, vamos falar de alguns ingredientes-chaves para esse sucesso e o que as marcas podem aprender com as estratégias digitais destas empresas. Confira abaixo 😉

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Como funcionam as plataformas de streaming

Antes de ser uma evolução no formato de consumo de entretenimento, as plataformas de streaming representam uma revolução tecnológica

O streaming é a transmissão de dados de conteúdo, principalmente em áudio e vídeo, pela internet. 

Com esse recurso, os usuários não precisam baixar ou armazenar nada para ter acesso ao que querem ver, ouvir ou ler. Todos os vídeos e músicas são transmitidos diretamente da nuvem, em tempo real, pelo detentores desse material, que são empresas como a Netflix, Spotify, Amazon, HBO e tantas outras.

A grande vantagem desse formato é a comodidade. O usuário não precisa se preocupar com o armazenamento de filmes e músicas em seus computadores, tablets e smartphones. Ao assinar uma plataforma de streaming, você encontra uma biblioteca gigante de conteúdo, que pode ser acessada quando e onde você quiser.

Esse aperfeiçoamento tecnológico explica, em parte, o sucesso dessas empresas. Além disso, o formato segue as tendências modernas de consumo. Com pessoas que têm menos tempo para absorver conteúdo, que precisam de agilidade na hora de navegar nas redes, inclusive para buscar entretenimento, e que estão abrindo mão, cada vez mais, da posse física de produtos.

Personalização 

Outro aspecto importante das plataformas de streaming é o uso de sistemas tecnológicos inteligentes que conseguem fazer uma curadoria de conteúdo personalizada, indicando ao usuário programações similares às que ele já viu, e gostou. 

Esse formato muda completamente a jornada do usuário, que não precisa ser ativo na busca por novos artistas ou filmes para conhecer. As referências já chegam prontas, peneiradas pela plataforma.

Gerir o conteúdo desta forma aproxima o usuário da marca, mesmo que inconscientemente. Ele sente que aquela plataforma entende os gostos e desejos dele. Essa proximidade pode ser vista até mesmo em interações nas mídias sociais.

A Netflix, por exemplo, tem uma voz de marca descontraída e jovem, que interage com os usuários o tempo todo, participando de memes e brincadeiras, mas sempre relacionando o assunto do momento aos seus produtos.

Print do Twitter da Netflix. Mostra a comparação entre a personagem Enola Holmes e a atriz Maísa. Print do Twitter da Netflix respondendo um fã.

É claro que, para ter uma comunicação digital eficiente, a marca precisa entregar produtos de qualidade para o seu público. É nesse ponto que a produção de conteúdo original se torna fundamental.

A força do conteúdo original

Em 2013, a Netflix iniciou um forte investimento em séries e filmes originais. Produções como House of Cards e Stranger Things, sucessos de crítica e audiência, são fruto desse movimento, que começou de forma tímida, mas que hoje é a grande tendência não só dessa, mas de outras plataformas de streaming.

Segundo o TVBEurope, o Disney+ investiu algo entre US$ 1.5 e 1.75 bilhões em séries e filmes exclusivos em 2020. Para tentar vencer a concorrente, a Netflix também aumentou o seu investimento em produções originais, gastando US$ 17 bilhões no mesmo ano.

O investimento em produções internacionais, fora dos Estados Unidos, também ganhou força nos últimos tempos. De acordo com Erik Barmak, executivo da Netflix, 40% dos assinantes da plataforma moram fora dos EUA. Por isso, há uma preocupação especial em atrair estúdios de outros países para a criação de conteúdo original.

Outras empresas seguem o mesmo ritmo. O Disney+ anunciou que vai produzir dez novas séries do universo Star Wars nos próximos anos, além das já divulgadas produções originais da Marvel.

A Warner Bros. decidiu que todos os seus filmes originais lançados em 2021 serão liberados no HBO Max e nos cinemas, simultaneamente. O Spotify está trabalhando com músicos e podcasters em todo o mundo para investir em produções inéditas

Mais do que nunca, o objetivo dessas empresas é entregar ao usuário algo que ele não encontra em nenhum outro lugar, e as marcas precisam entender que essa tendência está sendo replicada em todos os meios. Em qualquer área de atuação ou qualquer rede de comunicação, o público espera (e premia) qualidade e originalidade.

Lição para as marcas

De acordo com o estudo Meaningful Brands, realizado pela agência Havas, 84% dos entrevistados esperam que as marcas produzam conteúdo próprio. Apesar disso, 60% acreditam que as empresas estão falhando em engajar o público e acham que elas produzem conteúdo irrelevante.

Há uma carência de materiais originais e significativos em diversos segmentos do mercado e as empresas precisam saber resolver essa escassez. Investir em parcerias com profissionais talentosos e produzir conteúdo em formatos diferentes (podcasts, audiodocumentários, webséries, etc.) pode ser o caminho para grandes e médias marcas se reinventarem nessa busca por relevância.

É claro que a maior parte não tem o orçamento das grandes corporações que citamos por aqui, mas estudar as tendências por trás desses sucessos, o formato e a execução das estratégias de conteúdo das plataformas de streaming pode ajudar muitos negócios que estão em decadência no seu principal objetivo: emocionar o público novamente e conquistar seu interesse e fidelidade.

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