A pandemia da Covid-19 está transformando os hábitos e a rotina de pessoas em todo o mundo. Isso significa que a estrutura de diversos setores da sociedade pode sofrer alterações de curto, médio e longo prazo. Com o varejo, não poderia ser diferente. Se o perfil do consumidor muda, as empresas precisam se adequar para suprir as novas expectativas.

Estamos vivendo um momento de mudanças rápidas e muitas incertezas. É difícil afirmar se voltaremos a nos reunir e a consumir da mesma forma que fazíamos antes. Porém, podemos falar em algumas tendências que já estão se consolidando no mercado e que devem se fortalecer nos próximos anos. Afinal, mesmo com a produção de uma eventual vacina, a Covid-19 mostrou que é necessário estar preparado para novos agentes causadores de doenças que possam surgir e se espalhar rapidamente pelo globo.  

Reunimos, neste artigo, as principais mudanças no varejo depois do coronavírus, em locais em que a retomada das atividades após o isolamento social acontece gradualmente. São tendências ligadas ao comportamento dos vendedores e consumidores, à tecnologia e posicionamento de marca. Confira a seguir!

A vez dos negócios de bairro

Para reduzir o deslocamento em tempos de isolamento social, o consumidor está dando prioridade para estabelecimentos mais próximos da sua casa. Essa é uma vantagem para os pequenos negócios de bairro. 

Comércios locais podem se adaptar ainda mais ao cenário oferecendo a entrega dos produtos em casa, que pode ser feita até mesmo à pé, em alguns casos. O delivery de compras aumentou 59% durante o isolamento social, com destaque para os itens de alimentação. É uma forma de levar mais conforto e oferecer uma sensação de cuidado e proteção ao consumidor. 

> Fique em Casa: conheça o mapa virtual de pequenos e médios negócios que trabalham com delivery

 

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Nem todo #tbt precisa ser na quinta. Vamos aproveitar essa terça para fazer um #ThrowbackTuesday! Neste dia, há exatos sete meses, lançamos o #FiqueEmCasaBH. Nosso mapa virtual conectou pequenos empreendedores e clientes, facilitando a vida de quem não queria sair de casa e ajudando quem precisava continuar gerando renda durante o isolamento social. A iniciativa ainda foi replicada em Itatiba (SP), Ipatinga (MG), Lagoa Santa (MG), Mariana (MG), Governador Valadares (MG) e Linhares (ES). Somando as cidades, foram mais de 900 estabelecimentos cadastrados nos mapas virtuais. Qual foi a solução criativa que mais te chamou a atenção durante a pandemia?⠀ ⠀ #calebe_ #borndigital #TBT #throwbacktuesday #fiqueemcasaBH #fiqueemcasa #webdesign #portfolio

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Mudanças nas lojas causadas pela coronavírus

Em termos de mudanças práticas, observamos que há uma nova etiqueta comportamental na hora de frequentar lojas. Tocar e experimentar todos os produtos ou compartilhar pequenos objetos, como canetas, não é mais o ideal. 

A degustação dos produtos em supermercados também não é mais indicada. O uso de máscaras é exigido de vendedores e clientes. O número de pessoas dentro da loja por vez passa a ser controlado.

Lojas que oferecem álcool em gel aos clientes antes e depois das compras também estão se destacando por fazer as pessoas se sentirem mais seguras. Outra medida de sanitização importante é a limpeza dos produtos e dos espaços físicos com regularidade.

Além disso, estão em vantagem as lojas que têm ambientes mais claros e abertos, com maior circulação de ar. A tendência arquitetônica, apresentada na Euroshop 2020, é que projetos de espaços mais amplos e iluminados, com muito vidro e cores claras, sejam os preferidos os próximos anos. Ambientes assim tendem a transmitir uma sensação maior de limpeza

Um novo modelo de compra e consumo

Estabelecimentos estão alterando toda a sua proposta de experiência de consumo, como o Starbucks, que deixou de adotar o “sip and stay” (tomar e ficar) para investir no “grab and go” (pegar e ir). Mas a empresa já investia em pedidos por aplicativo e retiradas ágeis semelhantes ao drive-thru há alguns anos. O coronavírus serviu como um catalisador dessa mudança gradual. 

O self-checkout é outra tendência pré-existente que foi impulsionada pela pandemia. O modelo em que o cliente paga pelas suas compras, sozinho, na saída da loja, já é bastante difundido na Europa e nos Estados Unidos, e deve ganhar força no Brasil nos próximos anos. É uma forma de reduzir o contato humano na hora de comprar. 

Essa modalidade de pagamentos pode exigir um investimento maior na automatização e nos equipamentos das lojas. Para quem precisa de uma solução mais rápida e simples, vale apostar nos pagamentos por celular ou máquinas que aceitam cartões de crédito com a tecnologia contactless. Existem bancos que oferecem a ferramenta de pagamento por QR-Code, como o Banco Inter, e startups que permitem o pagamento pelo smartphone, como o PicPay

Mudanças no consumo de alimentos

Já no setor de alimentação, bares e restaurantes precisaram aumentar o distanciamento entre mesas e cadeiras. De acordo com a pesquisa “Alimentação na pandemia – como a Covid-19 impacta os consumidores e os negócios em alimentação”, feita pela consultoria especializada em food service Galunion, em parceria com o Instituto Qualibest, 90% das pessoas estão evitando comer fora. Está claro que os estabelecimentos precisam se adaptar para reconquistar a confiança dos consumidores. 

A Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel) recomenda que se adotem as seguintes medidas:

  • diminuição da capacidade de público das casas, controlando o acesso das pessoas e mantendo pelo menos um metro de distância entre cadeiras e dois metros entre as mesas; 
  • oferecer álcool em gel; 
  • reforçar higienização de pisos e superfícies; 
  • cobrir a máquina de cartões com papel filme, facilitando a higienização após o uso.

Nos self-services, a preocupação deve ser redobrada. A instrução vai além de colocar álcool em gel na entrada do bufê. Vale oferecer luvas descartáveis de plástico para cada pessoa, exigir o uso da máscara e proteger os itens da melhor forma possível.

Essas tendências indicam que caminhamos, cada vez mais, para uma economia de pouco contato, a chamada low touch economy. Explicamos mais sobre esse conceito e demos dicas para você adaptar seu negócio aqui

E-commerces e delivery saem na frente

O coronavírus causou uma crise econômica que afetou fortemente os pequenos e médios negócios que operam de forma presencial. Até o começo deste ano, 90% dos pequenos negócios brasileiros não tinham presença digital, conforme dados do Inteligência de Mercado (IEMI), mas a realidade para empresas focadas no digital foi outra. 

Serviços de educação digital, streaming, telemedicina, delivery de alimentos, e-commerces e marketplaces viram sua curva de crescimento disparar com o isolamento social. Um estudo feito pela Sociedade Brasileira de Varejo e Consumo (SBVC) mostrou que 61% dos brasileiros que compram online aumentaram o volume de compras, durante a quarentena, devido ao isolamento social. Em 46% dos casos, esse aumento foi superior a 50%.

“Os casos de sucesso já revelam que, no futuro, não haverá varejo sem tecnologia. O setor todo estará muito mais digitalizado.”  – Paulo Ferezin, sócio-líder da KPMG no Brasil

Se você ainda não vende na internet, está mais do que na hora de encontrar uma forma de fazê-lo. Vale ter um site ou aplicativo próprio, ou aproveitar ferramentas como o Uber Eats, o iFood, a Hotmart e plataformas para lojas virtuais, que você pode conferir aqui

>> Leia mais: destravando o potencial das vendas on-line

Posicionamento de marcas em tempos de coronavírus

A mudança no perfil do consumidor vai além do comportamento na hora de frequentar lojas e pagar. O coronavírus também impulsionou uma tendência em termos de branding que já se observava antes: as marcas que têm consciência e propósito. 

A crise econômica e de saúde aumentou o nível de exigência por transparência e responsabilidade social entre as pessoas. A procura por marcas que se envolvem em causas sociais e ambientais, e que não prejudicam o meio ambiente em seus processos de produção, se torna cada vez mais natural. Nós falamos mais sobre esse tema neste artigo aqui, sobre green marketing.  

Isso significa que as pessoas procuram consumir de empresas que têm valores parecidos com os seus valores pessoais, o que aponta para outra tendência: estabelecer uma ligação emocional e afetiva com o público. Empresas que oferecem experiências de compra memoráveis, se fazem presentes em momentos difíceis e despertam o lado emocional do cliente conseguem conquistá-lo e fidelizá-lo. 

“Está havendo uma mudança real de comportamento e empresas que conseguirem se relacionar bem com os clientes neste momento terão uma grande vantagem no pós-crise.” – Eduardo Terra, presidente da Sociedade Brasileira de Varejo e Consumo (SBVC)

A importância da divulgação

Vale lembrar que, além de adaptar seu negócio às novas demandas depois da pandemia do coronavírus, também é importante avisar para o mundo o que o seu negócio está fazendo e como está se posicionando. 

>> Leia mais: o papel das marcas em tempos de coronavírus

Assim, no período de retomada das atividades, durante e após a pandemia, é importante que os varejistas: 

– demonstrem cuidado com o espaço físico, preocupação com a saúde de clientes e colaboradores;
– comuniquem, claramente, aos consumidores as mudanças na operação;
– invistam em tecnologia e automatização de processos para vender on-line e low touch;
– não façam qualquer tipo de comunicação ou alteração de preço oportunista;
– ofereçam mais opções de pagamento e, se possível, linhas de crédito. 

Precisa de ajuda para retomar as atividades e atender as demandas do novo normal? Você pode acompanhar mais dicas no nosso blog e nas redes sociais. Somos a Calebe_, um escritório de design e estratégias digitais. Caso queira conversar, estamos à disposição

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